segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Mesquinharias Assassinas – A Mutação




O frasco treme, treme, tremula e explode com toda a gororoba se esparramando por onde menos gostaríamos que se esparramasse.

Isso porque já sabemos o que era aquele conteúdo. Fomos nós que o criamos. Não podemos nos dizer inocentes, porque quando elaboramos nosso plano de rearranjamento molecular de organismos autorregeneradores e automutadores, já tínhamos noção dos perigos. (Todos.)

As luzes piscam, os alarmes enlouquecem; os dentículos se cravam em todos os pescoços disponíveis dos infelizes que ainda não encontraram esconderijo. Nossa única pequena vantagem agora é ainda lembrarmos onde se pode esconder. Porque conhecemos muito bem a instituição que nos acolheu e nos financiou.

De longe, observamos o massacre. De um ponto mais seguro, contemplamos o que será, posteriormente, nosso próprio fim. (O de todos.)

E, por fim, das próprias criaturinhas.

Os pensamentos mesquinhos que ganharam corpo, vontade e uma fome do tamanho do Universo.








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