sexta-feira, 28 de junho de 2013

“Eles” (paranoia da conspiração extraterrestre)





Eles estão entre nós.
Sim, posso perceber isso todos os dias.
Nas ruas, nos bares, nas lojas
é só ver como eles lhe atendem.
Você percebe o estratagema no sorriso;
você percebe que não é real,
não é como um ser humano sorriria.
As entrelinhas das frases
preste atenção!
São muitas as pistas notáveis aqui,
onde viemos pousar,
posar esta noite.

Não tivemos escolha.
Pagamos pelo mais seguro recanto,
o que significa o mesmo que
o menos suspeito dentre os infernos.
E agora mil olhos nos observam,
para que sejamos como eles.
Para sempre aprisionados
na teologia do caos.

Observe o caos destas estradas!
Sim, eles têm parte nisso.
Eles estão por trás de tudo que se move
desordenadamente.
Das primeiras às últimas páginas
lá estão eles.

A obra deles.

Sim, começam nos distraindo
com os quadrinhos,
depois ditam o fado do nosso dia
na seção do horóscopo,
e daí seguem excitando nossos instintos
de mil maneiras:
esporte, política, sexo, religião...
para finalmente nos dilacerarem
na página policial!
Como se nada tivessem a ver com isso.
Com a dor incurável em nossas almas
corroídas.

Tudo devido à ridícula dívida
com os Primeiros Liberais.
Os anjos da permissão.
Os arautos da perdição.
Não duvide que eles também tiveram sua parte nisso,
legislando e ditando futuros.

E agora já estão dentro de nossos lares;
céus! distinga o inumano
do mais familiar afeto,
se puder!
Cada mente, uma escrava
do medo contemporâneo
e contente!
Orgulhando-se do medo,
estampando-o no papel de parede,
preenchendo fissuras na parede
com a massa versátil do medo.

Mas não ousam encarar a realidade,
reconhecer a ação e a presença DELES
no âmago de cada distúrbio
urbano.
Simplesmente perecerão rendidos, atordoados
pelo montante de sonhos não realizados.
Sonhos deste mundo, por sinal,
completamente alheios ao bizarro raciocínio
dos seres infiltrados.

Infiltrados.
Sorrateiramente, amigavelmente,
intimamente – infiltrados!
Induzindo nossas decisões,
os remendos das decisões desastrosas,
os desastres em si – compactuados.

Ah! Quem dera pudéssemos
arrancar de vocês cada segredo sangrento...
Autopsiá-los vivos, lenta e trabalhosamente,
com nossos olhos atentos,
espantados ante tantas revelações
confirmadas suposições!
O que não terão a esconder?
O que ainda escondem, maliciosamente?
As táticas mundo-abertas-tecedoras
em nossos cafés da manhã nebulosos?

Mostrem seus rostos, vamos!
O que têm a temer e a esconder?
Pensam que a raça humana é feita
só de medo e ódio?
O que pensam que somos,
nós?
E quem são vocês, afinal?

E o que fizeram de nosso lar,
nossa velha e querida Terra?
Um pequeno joguete em suas mãos viscosas,
pequenas, delgadas, gananciosas?
Voltem, voltem para o seu céu,
voltem e deixem-nos em paz
em nosso belo inferno,
em nossa Terra
que nunca havia antes perdido sua serenidade,
até sua chegada,
nossa maldição!






CONTINUAÇÃO:




2 comentários:

  1. Esse tipo de paranóia - é deprimente - mas tem uma certa piada; quando é apresentada na televisão, como ficção científica ...

    ResponderExcluir