quinta-feira, 28 de março de 2019

Os Minuanos





Anda só, sem rumo, te deixa levar.
Sente o ar que circula teus pensamentos
e mergulha em outro tempo.
Antes dos prédios e postes,
eles vagavam aqui, se assentavam
ao redor do fogo e reverenciavam
o ulular do vento.

Pois se o frio sopro te envolve,
ele te absolve do mal,
cometido ou sofrido, passado;
pois flui, reflui
e vai soprar tua dor deste lugar,
vai soprar tua dor deste lugar.

Imemorial,
dobra esquinas e umbrais.
Todas estas vidas
já deixadas para trás.

Hoje eles só vivem na herança que ficou
entre nós, ao redor; o Espírito paira
sobre a cultura e o valor.
Antes dos prédios e pressas,
eles nomadeavam pelos Pampas;
as mantas, em prumo as bandanas,
a cuia, o laço e o vigor.

Nomeavam campos e montes,
matas, fontes e rios.
Hoje é o que se respira
e vem no assovio
que vai soprar tua dor deste lugar,
vai soprar tua dor deste lugar.

Imemoriais,
somos parte de seu sangue
cada vez que nos pusermos
no fluxo avante.









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