Me encontre lá,
onde o sol se põe,
a lembrança de uma cena que sonhei.
O chamado soa,
uma canção ressoa
das cidades em que eu nunca morei.
Janelas abertas
para a vida entrar;
ruas e calçadas, traçado painel.
Poder ser quem sou
sem ter de escolher
as palavras e os gestos sob o céu.
Um lugar
onde se possa caminhar
e não marchar, compartilhada trilha
de emoções.
Somos dois, somos milhões
de andarilhos
nessa busca de uma terra de promissão,
ou uma brecha
na organização.
Quando conheci
alguém que já viu
o vislumbre do meu sonho estimado,
parecia haver
um sinal em meio ao caos,
a presença da esperança ao meu lado.
Num instante,
aquela intimidade amante
há tempos esquecida
fez-se da vida a razão.
Os cinemas da ilusão
não poderiam jamais suplantar
a certeza de ser real
o nosso mútuo ideal.
Me encontre lá,
onde o sol nascerá,
o retorno do único honorável rei.
Sucessão de luas
até ganharmos as ruas
das cidades em que eu nunca morei.
As cidades em que eu nunca morei.
As cidades em que eu nunca morei.