quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Depois do fim




Mas o fim…,
como de praxe,
chega sempre de forma imprevista,
por maiores que sejam os esforços
dos melhores autores
de ficção científica utopista.

Todas as flores destinadas a murchar
cumprem seu papel.
A única glória, a única honra genuína
residindo na substituibilidade.
O imaterial como mera repercussão
sobre a matéria remanescente.
(A guardada imagem de você
desenhada pelos elementos.)

As brincadeiras extrairão sentido
de si próprias,
mais uma vez, e sempre.
Mesmo com todos os acidentes
e colateralidades.
A garantia de uma coisa plenamente usufruível
nos fins dos tempos
ou nos inícios
dos mistérios abissais.

(Éramos sábios
e não sabíamos.)







2 comentários:

  1. Lindo, muito lindo mesmo. Adorei .
    Vou ler todos seus poemas e vir aqui mais vezes

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    Respostas
    1. Obrigado pela consideração!
      Se quiser, identifique-se.
      Mandarei aviso de quando o livro for finalmente publicado.
      Contato:
      lobonaneve@gmail.com

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