Seu
controle-remoto
não
funciona a meu favor.
Os
pneus do seu carro cantam
sua
ingenuidade guinchante.
Pensei
que eu havia ajeitado a posição dos móveis,
mas
foi só você que errou.
Aquele erro corriqueiro do convívio doméstico
lindamente forçado.
Os
classificados sorriem amareladamente
e
sobre minha cabeça paira
minha
singularidade.
Aquilo
que se fala nas canções
ressoou
de um ouvido ao outro
estremecedoramente.
Num
planalto verde e irreal
ideologicamente
plantado em nossa imaginação
tão
influenciável,
o
quê não parecia seguro
por
debaixo do deixar-estar
e
do deixar-passar?
E
então, antes que alguém se desse por conta,
a
ficção mostrou-se palpável;
o
desespero, tridimensional;
o
inusitado, rotina.
O
distante passa a ser agradável
e
o desagradável sou eu.
A
suprema contradição
de
cantar a canção do coração.
Aquilo
que se comenta no tabloide,
aquilo
que se fofoca na cerca,
todos
os comentários acerca
começam
a ganhar forma tangível.
Todas
as coisas,
todas
essas enervantes coisas
que
afastam você de mim...
e
nós de nós mesmos.
Aquilo,
sobretudo.
Sobretudo
aquilo.
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