terça-feira, 24 de setembro de 2019

Revolução íntima





O amor entre escombros
não se deixa sufocar,
nem se banalizar por coisa pouca,
como instrumentais virtuose progressivos,
antidepressivos viciantes
em frascos brilhantes.
Vou te descabelar.
Perambulamos como gatos em telhados,
mesmo que ainda cercados
de sadomasoquismo civilizante.
Elefantes, pra rimar.
Canta o que te der na telha;
tua voz emanada
é um borrão sobre a poluição.
A magnificência
da multicolorida emissão.
Mas onde mesmo quereríamos estar?
Teletransportar-se?
A baía de Manhattan e a Disneylândia
são os lugares mais banais do mundo;
só no rancho fundo da nossa intimidade
encontramos nosso lar
e podemos descansar.
Sobre um oceano de partículas flutuantes,
escolhemos as profecias
que devem se realizar.
Mas já é hora de dormir de novo,
já é hora de dormir de novo e
juntamos os pequenos colchões
da íntima revolução.
Pedaços dos nossos corações.









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