sábado, 24 de novembro de 2018

Cultive seu oásis*





Fui viajar sem direção,
fazer valer a intuição.
Jamais me perderei
na terra do desprezo,
jamais nos perderemos
em nossa sincronia.

Ontem andei rumo ao horizonte:
fui encontrar alguém que se esconde. (Onde?)
Nessa antiga armadilha
planeja-se a insurreição.
A nossa utopia
é o ar que respiramos.

Eu vejo os pontos cardeais
a as energias naturais
que agora invadem minha mente
num lampejo.
Eu sinto a paz que ressurgiu,
miragem sólida que uniu
em si o campo e a cidade
num oásis.

Quando o dia chegar, eu sei,
iremos nos reencontrar, eu sei
que em você saborearei
a mais intensa sensação.
A fé natural que se perdeu,
a vida real que se esqueceu,
a comemoração de um jubileu
de revolucionária paixão.

Eu vejo o tempo abalar
a estrutura milenar
e quem dirá que a justiça
não se faz?
Desengaiole o rouxinol!
A cor do mar mesclado ao sol
é a encontrada eternidade 
o oásis nosso.







*Coautor: Arthur Rimbaud


Art by: Maria Poniatowski

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