quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O lado raro





Explosões, megatons em aroma jasmim.
Dentro em mim, luz astral em verde-capim.
Ele desce espectral sobre a abóbada
das nações, sutil como a Grande Abóbora.

Mira o lado raro, o lado raro do existir.
Mira o lado raro, o lado raro do existir.

Conheci este ser moldado em prazer,
metamorfo voraz por me fazer crer
que o país inundado ainda verá a cor
da nova canção austral que soube se impor.

Mundo de campos verdes e prédios cinza a desabar.
Revelador vislumbre cumpre o dever ao me transportar.
Mira o lado raro, o lado raro do existir.
Mira o lado raro, aguça o faro para sentir.

Viva este chuveiro! Todas as gotas!
Nosso batismo sempre à mão.
Viva este banheiro que purifica
o lado raro da afeição!

Duto transdimensional.

(Brisado, brisado... o astronauta siderado
sobrevoa a Caatinga e o Cerrado.)

Aprendi, transcrevi esta página
na frequência sonora análoga.
O futuro do amor é tudo que sou.
O E.T. dos Pampas foi quem me ensinou.

Sonhos são virtualhas das tropicálias em dispersão.
Subtropicalmente, desenho a doce subversão.
Mira o raro lado, cruzando a nado este atol.
Visa o raso lago doce-amaro do girassol.

Sente este luzeiro abençoado
que vivifica as células.
Nosso candeeiro do lado raro
– e num disparo, libélulas.

A viagem não tem fim.









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