O mar excedeu a borda
– imensidão incontida –
e eu transbordaria
na luz do meio-dia
só para ser uma sombra de descanso
e eu transcenderia
minha forma primitiva
num ser irradiador de vida.
As multidões que estão em mim
esperam por meu sim.
A vida ensina a pescar
e o mar ensina a navegar
e eu mergulharia
na fonte.
Contemplação das barbatanas
na arrebentação.
Essa empatia me diz:
eu merecia este arpão.
Agradeço a obra
e o tempo que sobra
em silêncio tal
que estátuas de sal
dissolvem-se em nós.
Lá vão eles a correr,
os garotos que fomos um dia.
As dunas mudam de posição
antes do amanhecer.
O amar excedeu a borda
que há tempos fora traçada
e eu verteria
um mar...
um mar...
Art by: AuldBlue
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