domingo, 19 de janeiro de 2020

“Errante”





Errante.
Eternidades em instantes
vêm passar diante dos olhos
daquele que anda a pensar
que a estrada
é a única certeza dada
aos que vão buscar ao longe
respostas que o vento tange,
sem pausar.

Intenso, o céu
é um cristalino lençol de bênçãos,
e a chuva afaga a mente
outrora turva de tensões.
Ao tardar esta partida,
quase amargou-se-me a razão.
O horizonte não mais queria
atrás dos montes se ocultar.

Etapas e degraus
da vital escalada ao centro regente
de meus movimentos.

Errando, vejo emergir de mim,
assim como uma ilha de memórias
num oceano de um planeta longínquo,
a inquieta razão
que me define e faz viver.

Levo aonde eu for, comigo,
vinda do recôndito do que sou,
a única coisa que chamo de país
depois daquele que se desfez.

“Errante”.









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