domingo, 5 de janeiro de 2020

Maluquete (você diz)





Eu sou maluquete, você diz.
Mas sou realista ao meu modo.
Eu só consigo suportar o que se diz real
cultivando um tipo de beleza,
que é muito pessoal,
mas que posso compartilhar.

Eu vou andando em trilhas,
deixando milhas de saudades do que vi
em olhos que falavam mais do que palavras
de como se ignorava a vontade de amar
sem se controlar,
o impulso vital.

Eu vi os céus se abrirem no estio,
e o destino dos rios;
vivi o tempo do mais terno rocio,
quando a abelha zumbiu
sobre a flor que se abriu
e a criança sorriu.

Eu sou maluquete, você diz.
Mas seria exagero dizer que sou feliz.
Nem penso tanto na minha felicidade,
enquanto alguns de meus irmãos
nem sabem da irmandade,
acham fatalidade em cada relação.

Mas eu vi o elo entre os mil tons de cor,
e da vida o fulgor.
De mim e de você, vejo as emanações
dos desejos guardiões
das puras sensações
para o bem da Expressão.

(A realidade profunda
deixa-se acessar.
A senha do acesso é:
“espinhos e rosas,
verso e prosa – ............”.)

Eu vi os céus se abrirem no estio,
e o destino dos rios;
vivi o tempo do terno rocio,
e a abelha zumbiu
sobre a flor que se abriu
e a criança sorriu.

Eu vi...








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