Passando ia a mala, à vista de todos;
E o cofre, o cheque, o envelope e a cueca
Que tal qual meia para o Noel, repleta
Ia de doces comíveis só por poucos.
Mas gritava a turba, em ódio vibrante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Em ódio vibrante:
“Linchem o elefante!”
Passando entre bramidos, hurras e acenos
Vai o profissional do discurso hábil,
Talvez por tão fácil ser um termo obsceno
O excitador do coletivo nervo débil.
Multidões arfavam, em paixão confiante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Arfavam, confiantes:
“Linchem o elefante!”
O Ladrão e o Monstro, em conflito na arena,
Trocam experiências em devastação.
Bem próximo a eles, no enfoque da cena:
Os ilusionistas da informação.
E um público clama, no show inebriante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Clamor inebriante:
“Linchem o elefante!”
Uns micos que mugem, cardumes de lobos,
Com dispositivos mais espertos que eles,
Conectados, chegam a eleger seus memes:
Cabras-cegas tornam-se à vista dos roubos.
E a massa, que rusga, o faz desafiante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Rusga, desafiante:
“Linchem o elefante!”
Brilham palácios de glórias cretinas;
Luzem sorrisos de escravizadores
Cujas botas seguem polidas por línguas
De idólatras saudosos das velhas dores.
As hordas, num brado, o tom trovejante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Brado trovejante:
“Linchem o elefante!”
Rinham os templos contra as alegrias.
Famílias abusam de seus pequenos
Mais do que o resto do mundo o faria:
Cultivados jardins dos ódios extremos.
Um povo, uníssono, a voz querelante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Uno, querelante:
“Linchem o elefante!”
Os tipos mais ordinários têm asseclas
Que pululam, fervilham, moldam rotinas
De dar, aos sedentos, pragas e chacinas,
E aos burocratas, rentáveis sonecas.
A demografia, eis que exulta, triunfante:
“Está morto o elefante! Está morto o elefante!”
Exulta, em triunfo e indene:
“Morto! Morto está ele!”
E o cofre, o cheque, o envelope e a cueca
Que tal qual meia para o Noel, repleta
Ia de doces comíveis só por poucos.
Mas gritava a turba, em ódio vibrante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Em ódio vibrante:
“Linchem o elefante!”
Passando entre bramidos, hurras e acenos
Vai o profissional do discurso hábil,
Talvez por tão fácil ser um termo obsceno
O excitador do coletivo nervo débil.
Multidões arfavam, em paixão confiante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Arfavam, confiantes:
“Linchem o elefante!”
O Ladrão e o Monstro, em conflito na arena,
Trocam experiências em devastação.
Bem próximo a eles, no enfoque da cena:
Os ilusionistas da informação.
E um público clama, no show inebriante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Clamor inebriante:
“Linchem o elefante!”
Uns micos que mugem, cardumes de lobos,
Com dispositivos mais espertos que eles,
Conectados, chegam a eleger seus memes:
Cabras-cegas tornam-se à vista dos roubos.
E a massa, que rusga, o faz desafiante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Rusga, desafiante:
“Linchem o elefante!”
Brilham palácios de glórias cretinas;
Luzem sorrisos de escravizadores
Cujas botas seguem polidas por línguas
De idólatras saudosos das velhas dores.
As hordas, num brado, o tom trovejante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Brado trovejante:
“Linchem o elefante!”
Rinham os templos contra as alegrias.
Famílias abusam de seus pequenos
Mais do que o resto do mundo o faria:
Cultivados jardins dos ódios extremos.
Um povo, uníssono, a voz querelante:
“Linchem o elefante! Linchem o elefante!”
Uno, querelante:
“Linchem o elefante!”
Os tipos mais ordinários têm asseclas
Que pululam, fervilham, moldam rotinas
De dar, aos sedentos, pragas e chacinas,
E aos burocratas, rentáveis sonecas.
A demografia, eis que exulta, triunfante:
“Está morto o elefante! Está morto o elefante!”
Exulta, em triunfo e indene:
“Morto! Morto está ele!”