domingo, 7 de janeiro de 2018

Sinais de fumaça





Quando os viajantes estiverem cansados
e o rangido das rodas começar a definhar,
alcance o cantil
e dê-lhes de beber sem nada cobrar.
Você ainda enxerga o ouro no horizonte,
há quem o veja no céu.
Mas o sol não cauteriza a saudade do futuro,
mesmo quando este mais se assemelha a uma fugidia visão
sem cores terrenas,
filtrada por chances escassas...
Já bebi, e sempre temerei
parecer menos ou mais que um dependente
do infinito.

Não podemos parar por aqui;
os planos foram reescritos,
as táticas redefinidas
e a finitude que certa vez manchara nossos travesseiros
dissolve o gelo das montanhas por vir,
talvez meio sem saber
que nada dissolve para sempre.

Pensei que tivéssemos uma meta.
Agora, porém, sondando o caminho já percorrido,
nele me projeto um tanto mais esperançoso,
embora curvado de ingênuas dúvidas...
Agora minhas convicções me engolem;
por favor! responda aos meus sinais de fumaça
antes que meus últimos e redentores questionamentos
se diluam na expansão azul.








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