quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Uma breve ascensão




Leveza de pluma,
o caminho final
de um condenado festivo.
Festas decoradas e radiantes
de flashes de escuridão
saídos dos vértices de um polígono maldito.
Páginas revolucionárias
de uma HQ de fundo de quintal,
a forma de vida ignorada.
As rodas seguem passando sobre o pavimento
tremulando sobre as almas encolhidas.
Encolhidos vamos
dentro da engrenagem mecânica
do tamanho de uma fragata de guerra
ou nave espacial carcomida de ferrugem
sobreposta aos acenos de adeus
das mulheres vestidas de preto reluzente
da cena vindoura.
O ferro não identificado
batendo irritantemente contra os trilhos
cada vez que passam os vagões
de carne inumana.
Os pequeninos sempre chamando de fumaça
os vapores das respirações humanas
e as fumaças verdadeiras
ainda decorando de rosada ironia
os céus que nos amanhecem.
 
Amanheço horizontal e rolante
por cima do oceano dissonante.
Cada pequena coisa
retornando à sua posição óbvia
e eu no lamento
pelo eterno perdido
nunca sequer contemplado.








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