quinta-feira, 27 de junho de 2013

A torrente





Esta queda ainda tão recorrente de lágrimas parece querer reivindicar a primazia da função dos meus olhos... em detrimento daquela óbvia que é contemplar a beleza sempre distante que ainda se chama você.

Quero respirar para fora desta bolha que alguém chamou de paixão; livre me vejo apenas num sonho tão artificialmente induzido que não resiste à comparação com a solidez dos pesadelos tão naturalmente familiares.

A profecia de David Bowie de que ainda haverá corações partidos no novo milênio parece ser o limite de minhas pretensões pessoais.

Serei artista antes do fim do século, ainda que morra bem mais cedo que a fama... Ao menos terei dado sorrisos e risos simultaneamente a esta torrente incontrolável e invencível de dor autenticamente humana.



(Originalmente escrito em outubro de 2011)











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