I
Etapa caótica.
Câmara
astroébria para o volver do pacificador.
Estímulo de jato nebulificador – eus,
nossos eles.
Renasço, ainda! E sempre.
Algo
sou.
Ao
amanhecer – e de dentro pulsa.
Tu
pulsas ao compasso do influxo.
És à
toa, mas impossibilitado de desatrelado voar.
Amplio
então teus interstícios célebres;
astros
em desfile para o vórtice.
Alívio
intraósmico – cada qual pacifica
de cada
um o mundo.
Câmbio
perispermático das novas criogenias
ao som dos cantares de núpcias desiguais.
Os celerados em profusão –
uma invasão.
Nossa
canção? Inserida nas cenas terríveis.
Apenas
canta: é a tua opção,
como
dizes.
Outrora
vagávamos divinos...
Mas é novamente mundana a celebração!
As asas biônicas se partem
e
partem, perdem-se
por sobre os assombrosos altares reedificados.
Fé
branca em cena:
o Asco
Supremo. De sobreviver. Aqui.
Nova
direção, por favor.
Paralelismo
do terror calador.
II
O espaço
se amplia ao redor do sentido colorizador.
Arcano
comício de seres hipertrofiados:
rodas rasgantes dos olhos jorrantes.
Das
vítimas do dogma.
Da
desolação da ciência incompleta.
Dos
mundos vazios de sentido.
Cadente,
vivente irmão...
Informe sofrimento.
Nomias, logias
enormes
em nós.
Sem uma seta para libertação.
Muito além do que conseguimos suportar
sem murmúrio.
O espaço
– derretem-se as dóceis representações.
Interno
– novas noções de calor terreno.
A
suprema carência das carícias matinais.
III
Somos os
sentimentos vívidos, aperolados.
Somos
calores de unidas mãos.
Somos
mais irmãos que o parágrafo do decreto.
Seremos
reais ao acordo, desperto acerto.
Em meses
de sol e fulgor,
em
tréguas da máquina dor,
ressurgimos extáticos.
O rito do momento: fragmentos cintilantes
de um
paraíso possível.
Ível:
glória risível?
IV
A tarja
fusível do diadema da criatura suprema
tange o
fluir do veneno dialético transubstanciado.
Por isso
escoamos.
Voamos
impassíveis pelos escombros.
Visitamos
os templos mecânicos de outrora
como
chuva sobre plantações.
Mas é
ainda interno
demais,
não faz
emocionar o nervo. Palavras brancas.
Brandas
viagens alucinatórias em páginas.
O que
poderia arrancar
do chão
esta
geração?
Maniqueísmo
da arte destroçando
a
vitalidade desenhada pelos inocentes.
Surrealismo
maiúsculo perdendo
a
identidade decomposta na irrazão de seu ser.
E ainda
viajamos sulfúricos;
navegamos
em barcos oníricos recortados
no matiz redentor.
Mas a
máquina novamente nos traga
e
afundamos no olho oco do acaso.
Não
raso – me desculpe...
V
Não é
cada augúrio um mal ditado,
olhado
desde cima com soberba
pré-adâmica
sem ancestralidade?
Você
tudo tem a ver com isso,
exceto
que respira
o que
lhe é exterior.
Eu vejo o escoamento de sua intuitividade
sendo
rabiscada indiferentemente
às
brasas e chispas constantes
das
águas quer ardem e corroem
nosso
mastaréu de lousa branca.
(Qual a
cor da pele de Eva?)
VI
{Mitocôndrias
como bolhas-limite
de
nebulosas de antimatéria.}
Plêiades
incendiadas evanescendo
pela
octogésima tarde cíclica de solidão
no luto
eterno da poesia solar.
Acasalamento
de peixes-lua
à luz
de Lúcifer ex-Júpiter.
(A
esperança derradeira na aurora estrondosa.)
…..................................................
Minha
mão agora é lenta
enquanto meu olhar persiste no vasculhamento
para extrair, assim, beleza do improvável,
mesmo
que isso me doa
no órgão
da primeira proposta.
(Ainda
sou livre pelo lado de dentro
do
vulcão gelado.)
VII
O aborto
das estrelas
chorando
a mágoa expansiva
sobre o
cosmonauta
há eras
sem coração...
Uma liquefação suspensa
nas
membranas-organelas vistosas
da
imensa paisagem subpartícula.
É como
flui a última lágrima,
calada
sem perspectiva.
Calo com
um negro afunilar...
Espiralo
no silêncio enlutado
do
verbo-sacrifício.