Confiar
em motores de carro
e
ventiladores que não fazem ruído
condiciona
você ao sossego
que
lhe fará ser morto dormindo.
Nunca
haviam nos contado
que a
tranquilidade é uma
conquista
sangrenta
e que
o sono viável é só por sedação
e que
a arte e a beleza
só
vêm à luz quando se rebaixam.
Por
que deveria eu confiar
numa
natureza que nos permitiu
chegar
a este ponto?
Maldita
hora em que
resolvi
deixar meu asteroide
sem
um mapa correto
do
universo local.
Infeliz
o momento
em
que caí neste deserto
onde
tantas vezes morri
sem
deixar cinzas ou vestígios.
A
revolta das máquinas
não
as deixou mais felizes.
A
queima dos livros
poluiu
a estratosfera
de
frieza sub-humana.
Tarde
demais
aterrissaram
os salvadores.
Quimicamente estimulado,
soergui-me então
da câmara de hibernação.
No
melhor dos casos,
algumas décadas de
sobrevida.
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