domingo, 30 de junho de 2019

Sonho 32 (a clareira)




Deixando para trás a aldeia e as multidões que lá festejam alguma conquista obscura, me empenho na subida desta colina de rocha vulcânica. Saberei o que estou procurando assim que o vir. Apesar da noite e da neblina crescente, tudo me parece favorável ao encontro. Não preciso da mapas: a intuição ainda me é forte o bastante.
 
Agora ainda preciso percorrer a pé alguma parte do platô, pois o centro dele é mais longe do que supus. Mas logo avisto o objetivo.
 
De longe, mais parece um campo para jogos ou qualquer coisa de finalidade esportiva, mas presumo que seja mais um equilátero esta enorme clareira angulosa. E há pedras de vários tamanhos pontuando o solo; pode ser que sirvam justamente para fazer os pisantes irem devagar no lugar.
 
Muito longe atrás de mim, a palavra “prostituta!” é vociferada. Uma voz feminina horrível.
 
Dou de ombros e sigo lentamente em direção ao centro da região retangular, onde se entrevê uma já esperada formação circular. Mais uma vez, isso faz vir à mente um design que remete a um campo de futebol; mas há pedras polidas, arredondadas, nos contornos. Antes de estar lá, já intuo se tratar de algo de finalidade ritualística. “Bonito”, penso, sem muitos julgamentos.
 
Realmente, só pode ser religioso. Mas outras coisas são sugeridas, que se sobrepõem a isto. Alguma relação com UFOs e Stonehenge e sei lá mais o quê.
 
“Onde estão, afinal, os sacerdotes?”, penso, olhando em volta. “Preciso deles”. Mas o que seria uma resposta é tão somente neblina e um tipo de silvo suave.








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