O passeio é glorioso quando você não se preocupa com quem conduz o
veículo. O barco. O destino. Você enxerga, da janela, os reatores explodindo
bem próximo, mas presume que nenhuma radiação maligna possa lhe afetar. Ah,
como são coloridas e adocicadas as fantasias... Como são terríveis as
decepções.
O buraco parece não ter fim. Você supõe que seja apenas um dragão cartunesco,
com uma longa garganta, e que logo será encontrado o método fácil de
regurgitação. Como são ingênuas as tendências. Quão repugnantes, os vômitos.
Então, agora que todo este vermelho viscoso e odorífico está diante de você,
espalhado pelo piso ladrilhado de sua cozinha, você fica parado, conjeturando
acerca da suposta engenhosidade dos fazedores de efeitos especiais e a
criatividade incrível deles. Simplesmente, não cai a ficha.
(De
repente, uma pequena e insidiosa inveja me pica, me morde, me envenena... e eu
caio sorridente e chorante aos seus pés.)
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