O frasco treme, treme, tremula e explode com toda a gororoba se esparramando por onde menos gostaríamos que se esparramasse.
Isso porque já sabemos o que era aquele conteúdo. Fomos nós que o
criamos. Não podemos nos dizer inocentes, porque quando elaboramos nosso plano
de rearranjamento molecular de organismos autorregeneradores e automutadores,
já tínhamos noção dos perigos. (Todos.)
As luzes piscam, os alarmes enlouquecem; os dentículos se cravam em todos
os pescoços disponíveis dos infelizes que ainda não encontraram esconderijo. Nossa
única pequena vantagem agora é ainda lembrarmos onde se pode esconder. Porque conhecemos
muito bem a instituição que nos acolheu e nos financiou.
De longe, observamos o massacre. De um ponto mais seguro, contemplamos o
que será, posteriormente, nosso próprio fim. (O de todos.)
E, por fim, das próprias criaturinhas.
Os pensamentos
mesquinhos que ganharam corpo, vontade e uma fome do tamanho do Universo.
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