sexta-feira, 30 de maio de 2014

Glândula pineal





O céu não conhece a Filosofia.
As árvores não entendem de Psicologia.
O carro estacionado ali em frente
ignora completamente a Antropologia
e eu apenas permaneço numa ilusão
de que um ser humano possa talvez saber algo
referente a uma suposta capacidade técnica
de revelar o que pensa saber.

O que sinto não é confuso para si mesmo,
mas não sei, apenas sou o que sinto.
A desarmonia que me aflige
é por vezes mais ágil que a paz
residente nas teorias que outrora
me foram válidas.
É óbvio que elas me confortam,
mas, por agora, só confortam a parte
atrelada a elas.

Sei que o caos não pensa.
Não teoriza.
Somente sofremos
pela densidade do Universo.

Calo, agora, tudo que em mim
é conforto rumo ao abismo.





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