domingo, 11 de maio de 2014

O ponto de não retorno






CHRIS – Sejamos metódicos.
Este hospício precisa de uma faxina.
NEIL – Ainda poderemos manter os chapéus de Napoleão
para evitar uma insubordinação.
SYLVIA – Só espero que a poluição auditiva
não persista em nossos sonhos
mesmo nos raros dias de folga.

“Baliza do tempo mítico.”

Marilou teve um conflito com o princípio da realidade. O psicoterapeuta reteve sua menstruação numa pipeta e entregou-a ao sócio alquimista. Os assistentes laboratoristas iniciaram uma gritaria histérica quando da revoada dos pterossauros inimaginados. Fui o único no meio daquela balbúrdia capaz de permanecer firme, registrando tudo, apesar do banho de sangue sobre mim. Não me foi permitido sequer intervir no destino do corpo da minha protegida, espalhado em miúdos pelos cantos do recinto. Não consegui saber nem mesmo o que ocorrera com a alma dela; meu psi-comunicador havia estourado recém no início da desagregação molecular das amostras dos zigotos. A quem ouvir este registro, agradeço pela tentativa de tentar entender. Eu queria só deixar claro que o que nos aconteceu naquela noite não foi mais do que uma ligeira coceira perto do que estará daqui a poucos dias se acometendo ao planeta Terra e à orla da zona de tolerância térmica do nosso sistema planetário. Bravos serão os camundongos e as baratas. Talvez desta vez o santo demônio que conduz a evolução invista finalmente numa civilização insetídea, a despeito das reivindicações dos éticos e dos estéticos irrequietamente espalhados pelos cantos atratores do universo local. Uhm... fim óbvio da mensagem.

Pós-escrito – Quarenta e três mil isótopos amortecidos entre o nucleofusor e as emissões eletromagnéticas dos prótons transplutônicos. Sua calcinha foi trocada no mínimo cinco vezes hoje.








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