domingo, 20 de junho de 2021

O espaço...*




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O espaço é lento, cansativo
e com ares de sem sentido.
O infinito e a imensidão podem ser francamente irritantes
– é compreensível (faz parte).
O pulso dos corações contra o silêncio
(ninguém ouve o seu grito).
Bips eletrônicos.
Movimentos meticulosamente calculados.
Nenhuma trilha sonora agora
além da EXPECTATIVA
(Huston, we have a problem).
Qualquer ímpeto brusco pode vir a ser fatal
(concentre-se, concentre-se)…
IMENSIDÃO – IMENSIDÃO – IMENSIDÃO
inumana.
Sem horizontes, sem chão.
Sem respostas.
Sem explicações.
Nada é claro – apenas ilhas de clarão
(a incalculável distância).

As explicações últimas veladas,
ocultas por sua própria natureza.
Não há nenhum livro aberto,
nenhum cânone, nenhuma exegese caída dos céus
para nos orientar.
Tudo está para ser investigado,
descoberto.
Herdamos do Monolito tão-somente
a inteligência e o senso
(a serem refinados e dirigidos)...
e temos que nos virar com isso.
O TRABALHO É TODO NOSSO.

DURMA, você que se entedia ante o infinito...
Durma eternamente... quando suas funções vitais
não mais se recuperarem.
Nunca mais...

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“Este diálogo não tem mais sentido.
Adeus.”







* Escrito como resposta a alguém que chamou o filme 2001: Uma Odisseia No Espaço de lento e sonífero (supondo que isso fosse um defeito).

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