Um
bosque europeu, penso eu, ao ver as folhas e flores, as árvores graciosamente
espaçadas. Pode-se ver o topo da torre do que talvez seja uma igreja, acima das
copas ao longe. O som dos pássaros é de uma delicadeza notável. Aos poucos,
meus ouvidos são tomados pela canção Shaking
Through, do R.E.M.; o piano e a guitarra se confundindo, se completando
mutuamente para a beleza maior. Eu avanço devagar, eu e minha mochila, pelo
caminho terroso.
Me lembro, de modo vago, que vim a procura de pedras. Saberia quais, quando as encontrasse. Elas teriam, pelo visto, algum efeito místico bem concreto em minha vida.
Aquilo que seria um touro, ou um boi, não parece a princípio uma ameaça. Quase paralisado, entre as árvores; é bonachão e de semblante obtuso. Pode estar pastando ou ruminando. Mas, como já estou acostumado com certas recorrências oníricas, me faço apreensivo. Ser perseguido por um animal, em sonhos, é a coisa mais comum, mais familiar ao longo da minha existência paralela.
E mais uma vez o sou. A criatura torna-se de repente ameaçadora; até mesmo o tamanho dos chifres havia mudado. A música cessa. Perseguição: corro instintivamente para o declive à direita. (Por alguma razão, tendo a buscar auxílio em regiões baixas, nessas ocasiões.) Uma espécie de tenso dèja-vu.
O bosque parece agora uma variação outonal de um cenário natural familiar. “Sim, o lago está lá; sempre esteve e sempre estará.”
E de fato, lá se descortinava diante de mim o lago sereníssimo, ovalado, brilhante à luz do sol, cercado de árvores muito belas e encimado por pássaros cantantes. Nele entro, veloz; não como num salto de mergulho, mas a correr. Olho para trás, para o declive por onde desci: lá mesmo o animal se detinha, inerte, olhando em minha direção. Bobo e lerdo novamente. Um típico ruminante sem grandes propósitos.
Percebo, surpreso, que já estou no meio do lago. Ele é raso, mas passo a nadar assim mesmo. Em grande tranquilidade, nas mornas águas de um ambiente subitamente primaveril.
Me lembro, de modo vago, que vim a procura de pedras. Saberia quais, quando as encontrasse. Elas teriam, pelo visto, algum efeito místico bem concreto em minha vida.
Aquilo que seria um touro, ou um boi, não parece a princípio uma ameaça. Quase paralisado, entre as árvores; é bonachão e de semblante obtuso. Pode estar pastando ou ruminando. Mas, como já estou acostumado com certas recorrências oníricas, me faço apreensivo. Ser perseguido por um animal, em sonhos, é a coisa mais comum, mais familiar ao longo da minha existência paralela.
E mais uma vez o sou. A criatura torna-se de repente ameaçadora; até mesmo o tamanho dos chifres havia mudado. A música cessa. Perseguição: corro instintivamente para o declive à direita. (Por alguma razão, tendo a buscar auxílio em regiões baixas, nessas ocasiões.) Uma espécie de tenso dèja-vu.
O bosque parece agora uma variação outonal de um cenário natural familiar. “Sim, o lago está lá; sempre esteve e sempre estará.”
E de fato, lá se descortinava diante de mim o lago sereníssimo, ovalado, brilhante à luz do sol, cercado de árvores muito belas e encimado por pássaros cantantes. Nele entro, veloz; não como num salto de mergulho, mas a correr. Olho para trás, para o declive por onde desci: lá mesmo o animal se detinha, inerte, olhando em minha direção. Bobo e lerdo novamente. Um típico ruminante sem grandes propósitos.
Percebo, surpreso, que já estou no meio do lago. Ele é raso, mas passo a nadar assim mesmo. Em grande tranquilidade, nas mornas águas de um ambiente subitamente primaveril.
Art: photo
by Bjorn Beheydt
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