domingo, 13 de junho de 2021

Poema comestível X




Poemas comestíveis
nunca são o que se espera.
Nunca um sabor familiar
e confortador... Devo admiti-lo,
condoído.
Como pílulas vitamínicas
quando se espera a mesa farta;
como a mesa farta
quando o mais urgente é a pílula.
 
O que está por trás de nossas buscas
e nosso correr em círculos
que, com sorte e empenho,
pode tornar-se espiral.
 
Talvez uma redentora
espiral pulsional.
O surreal tornando-se o último e definitivo
real.
 
Repouso brevemente nesta suspensão
em meio à tensão da viagem máxima.
Eu e todos os meus eus.
Meus teus.
Teus eus.
 
Poemas comestíveis,
o delírio necessário
à manutenção da sanidade esperável
de um filho da civilização.
 
Apenas forneço minhas frutas.
 
Haja luz!


(6 da manhã, sábado, 12 de junho de 2021.)








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