segunda-feira, 7 de junho de 2021

Sonho 33 (a fera da floresta)





Totalmente preto. Escuro total. Me sinto até cego, tamanha é a escuridão. Mas sei que me encontro numa floresta: em minha fuga desesperada, esbarro em árvores, arbustos e entrelaçamentos vegetais diversos. Fujo porque sei que, próximo ou ao meu redor, um animal de grandes proporções se locomove e faz sons sinistros, muito semelhantes aos de um urso. E nem tenho senso de direção, não tenho nem caminho. Pode-se dizer que é a própria fera que me tange, empurra para algum lugar com o expediente do medo.
 
Finalmente, o pretume é quebrado por uma pequena luz distante. Imagino de imediato uma morada. Aos atropelos, vou naquela direção; deparo com uma previsível cabana. A porta aberta, como se à minha espera. Entro e fecho a trava interna com a máxima rapidez.
 
Atrás de mim, uma humilde senhora de idade sorri misteriosamente. E diz: “Não precisava trancar... Vamos até lá fora; venha comigo. Seus amigos o esperam.” E eu: “Calma aí. Estou sendo perseguido por um urso enorme. Não tem nada de amigável lá fora! Não faz sentido a gente sair.”
 
Então, com a máxima calma, ela me pega pela mão; com a outra abrindo a porta, me leva até a varanda. De lá, me mostra algo espantoso: uma alcateia inteira está sentada diante de nós, em sentinela. Nada há neles de intimidador, em absoluto. Me diz a mulher: “Eles esperam pelo seu líder máximo. O Senhor da Floresta. Vá até eles. Não tema coisa alguma.”
 
Devagar, vou aos lobos. Eles formam um círculo ao meu redor, diante da cabana, e sentam-se novamente, em grande reverência; os olhares serenos e aprofundadores voltados para mim.
 
Para onde teria fugido o medo?








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