A banda que salvou a sua vida
não pôde salvar a si
mesma.
Idem quanto a mim –
eu é que escolhi você como
meu salvador pessoal,
apesar da sua impotência,
apenas para ser ouvido,
compreendido por um
coração
ainda não embrutecido
por silêncios e ruídos
vazios de Sentido.
A banda que coloriu sua
parede
revelou você mesmo ao seu
mundo monocromático;
revelou nada além do que
você já conhecia –
matizes e lampejos
da cósmica melancolia.
(A luz do meu dia.)
A luz do meu dia
amanheceu no outro
hemisfério;
por isso liguei, pedi e
implorei a você
que não se esquivasse de
mim
em dias assim –
desvele-se, enfim.
A luz do meu dia,
a velha melodia
que um dia nos impeliu ao
abraço
a também ao cansaço,
no espaço e no vão e no
hiato
crucial de nossas vidas
não mais ecoa.
Não é mais o mesmo;
não somos mais os mesmos
há muito e desde sempre...
Só nos restou a batida
dos corações,
estrelas em colapso
e esperanças
de camas mais macias
pra sonhar.
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