sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A tralha





Estou tão cansado aqui, neste ambiente frenético, mas não quero dormir em casa, e sim aqui mesmo, sem escuro e sem silêncio, sabendo que tudo está aceso em minha volta, para que o mundo nunca acabe. Constante movimento, constante vibração. Seria bom se eu não precisasse de sono, mas, já que preciso, quero dormir em meio a uma tempestade de sintetizadores ensandecidos, numa avalanche de eletricidade, em colchões de ondas alfa; mas, porra! deixem a tralha ligada! Sempre, sempre enquanto eu tiver necessidade! Porra, eu não preciso pedir! 

Mas depois meu corpo me condenará... e as sedadas circunvoluções do meu cérebro restringirão a tenuidade das células transmissoras das intuições... e todos aqueles megatons sônicos ficarão explodindo e arrasando meu descanso... 

Porra, eu não preciso pedir! 

Ao menos espere a festa acabar.








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