(...)
O
Belo Vácuo e o Vácuo Disforme
ainda
lutariam por eras e eões.
A
Luta Cadenciada e a Truculência Cega
persistiriam
em queda livre
sobre
as crianças de olhos vendados.
Mas
um dia fez-se a luz
que
feita já fora antes dos dias.
E
os adolescentes guardariam estas lembranças
durante
as noites desafiadoras...
(em
lâmpadas giratórias
que
por vezes caíam sobre eles,
fazendo
doer.)
Não
havia ainda nisso tudo, porém, uma relação direta
com
Espaço, Tempo, Movimento,
Multiplicidade,
Causalidade,
Sujeito,
Objeto
e
quaisquer outros mitos convincentes do Ser
e
do Não Ser.
E
ninguém entendia nada – o que era fácil de entender.
Ninguém
falava nada do que realmente sentia,
uma
vez que sentimentos
nunca
se transformam em palavras.
(Que
doçura, os poetas...)
E
os próprios pensamentos foram decaindo
–
se petrificando –
a
partir do instante em que passaram a se moldar
pelas
palavras.
E
a juventude passou.
(E
ninguém lembrou, pensou, sentiu ou falou.)
Então,
após mais alguns incomensuravelmente longos
ciclos
cósmicos (“kalpas”),
as
galáxias avermelhadas convergiram todas
para
as retinas úmidas
do
Velho Sábio, distraído
em
seu bercinho rosa e azul.
E
a perspectiva de uma Nova Luta Cósmica
reacenderia
os ânimos da nova geração
dos
poetas-cientistas.
Iniciar-se-ia
o famoso debate sobre “as causas dos fracassos
dos
universos pensáveis”.
Correriam
soltas as lendas, épicas,
de
antigas oposições de sentido
que
nunca fizeram sentido.
E
eu me divertiria à beça apertando os botões de luzinhas
da
máquina do tempo virtual
que criei para passar o tempo.
que criei para passar o tempo.
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