segunda-feira, 2 de abril de 2018

Cinismo de sobrevivência





Coragem ao início do jogo mortal
Fechar os olhos e sentir o sangue nas veias
Em seu íntimo labirinto
Fechado sobre si mesmo
Uma antiga prece jamais respondida
E uma vida sem batalhas ganhas
Caindo as lembranças sobre os olhos
Como ácidos feitiços que embriagam
Todas as vítimas
De toda urbana aglomeração...

Desligue a luz-cocaína
Quero o curso da dor negra e pura
Lambendo meu suor como um cão,
Cadela do meu sórdido prestígio
Rindo eu sobrevivo a cada pranto
A cada sonho sádico dos meus segredos
Sagrados apelos aos tempos
De crueza, secura e tormentos
– Doçura, eu compreendo
Cada uma das suas manias exóticas,
Já sorvi e comi cada noite vagabunda
Que insistiu em cair sobre mim,
Vaguei contigo até o fim,
Nunca pedi nada além do seu rosto
Petrificado pela lua sem magia,
Sem astronomia, sem luz e cor
Apenas uma fuga eterna, um apelo
Sem palavras, um movimento automático
Do corpo que deseja e sonha
Para além dos sonhos e sonos
Cada uma das luzes pequenas e confortáveis
Que lhe acenderiam por dentro
Para me conduzir feito lanterna
Pelo ermitério das paixões incuráveis

Verdades cortantes
Sabedorias torturantes
Iluminuras sangrentas
Sobre sua pele adorável
Que jamais conheceu o toque
Do gelo do desprezo
Que me vergou a alma
Desde tempos e templos
Marcas e passos
Beijos e abraços
De fantasias-fantasma
– Tua imagem...
Sempre a me assombrar... Selvagem
Víboras de sal e ferida,
Culpas de farpas e espinhos...

Aqui estou
Para sua sedução,
Mundo cão








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