terça-feira, 3 de abril de 2018

Os meninos de mãos dadas (a mais doce reivindicação)





Meninos alegres, corações imberbes.

Meninos alegres, corações imberbes,
abertos à fruição
dos frutos copiosos das lavouras amorosas;
seus ares
de despreocupar-se em manhãs,
espraiar-se com langor
de graça e gracejo;
e os pelos que nascem
distribuídos com toda a harmonia
num corpo-sinfonia,
doçura epifânica, desenvoltura única
dos gestos chamarizes;
seus jogos,
suas quedas, seus soerguimentos,
suas corridas rumo ao seu fraterno ajuntamento
jovial.

Meninos de mãos dadas,
puras sejam suas risadas,
lágrimas mais ricas que pacíficos oceanos;
atípicos amantes, bravura infante
no desbravamento do gosto
de seus pares.
Eles passeiam nos parques, nos bosques,
seus toques concedendo a entrada
de uma estação mais verdejante
de renovação-regeneração
das cores vitais
dos sonhos emergentes.

Meninos do futuro, livres para a concórdia,
melodiosa prosódia vem dos molhados lábios,
multifários prazeres jocosos do mundo
concentram-se em seus pênis,
em seus ânus
indiscretos de beleza silvestre irretocada.
Destes olhares,
as dádivas de uma perene intenção ensolarada.

Meninas
já estão na delas,
porque não são elas
que fazem as guerras.









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