Aquela pura emoção baixa e barata, sem
maquiagem, sem moldura, sem cafetinagem. A encenação está morta. Palcos esfumaçados saem do foco das
vistas embaçadas de expectativas visguentas. Fugas e tropeços. Caímos ridículos antes da coxia.
Mas há lugares de sobra, ainda.
Somos as pregas das cortinas incendiadas no Salão
Nobre. Somos os incendiários. As mentes, os cérebros e as caixas cranianas se intercalam e se intertransferem (isso não tem graça). Irrepresentável, inadaptável, inconsumível, invendável, inapreciável (e nem deveria ser). Chupetas e mamadeiras perdidas pelo chão, veja só... Imagina-TE! Deve ser uma delícia de passividade.
Agora!
Qual o problema? Nunca dormiste
lambuzado de inocentes anseios liberais? Mal amado pelo asno piolhento fingido de sumidade literária ofertado a ti desde o início dos tempos terrenos?
Mas nem o planeta Terra e nem mundo algum conhecido, por
sinal, pode figurar neste palco sumariamente vazio... Apenas a tosse em
frêmitos da audiência ansiosa por decadência, por hipnose. Hipnotizávamos nossas flores raras
com um raro entusiasmo, só para ver e tocar a textura da goma de amor vegetal,
tão sonhada em nossas juventudes palustres, pluviais e fluviais de sonhos
erodidos e derretimentos generalizados. Mistura coloidal – nossas vidas.
Não admito nojo algum. Vai olhar-te no
espelho. Tenta não vomitar ou virar o rosto: és tu o autor desta glória.
Art by Carey Ann Welch
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