Psicotelecinese relampejante.
Propulsão misteriosa do veículo
discoide.
Flamejam as copas das árvores
no horizonte volúvel.
Olhando para trás bruscamente,
vejo as estátuas flutuando em minha
direção
– uma situação da qual não se pode
acordar.
Os cânticos e os aleluias
vão se somando para nosso enervamento.
Todas as vozes eletronicamente
distorcidas,
um coletivo adeus à carne.
Dispersão intencional vagamente
humana.
Burburinho que traz a certeza
de que perdi você para sempre.
Ainda que
Ainda que
para sempre ao seu lado.
Certeza infeliz
de que persistirei,
e de tudo sempre lembrarei.
Sem descanso em vista
para o Espírito.
A pedra que rola da ribanceira,
em chamas rola sobre os umbrais
do vilarejo azul:
dentre todas as probabilidades
matemáticas
do universo possível,
é justamente ali que me encontro.
Como se fosse absolutamente
inevitável.
Meu corpo de luz chora copiosamente
pelo fado de sua imperceptibilidade,
quando esta menos se fazia necessária.
Tudo porque
tudo que eu mais queria
era ser necessário agora!
Mas todo mero contemplador de
burburinhos
é inútil.
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