Vagarosamente
um sorriso vai
desaparecendo
e cedendo espaço
para o dia cinzento.
Música das tragédias silenciosas.
Inevitavelmente
as rosas murcham
e ainda guardamos as
pétalas secas
entre as páginas de um
livro.
Belas memórias
reduzidas a mofo,
a fotografias bem pouco nítidas
e a urnas mortuárias biodegradáveis.
Os objetos não guardam seu
atribuído valor,
mas a mente anseia pelas
formas
e o corpo as busca nos
lugares errados.
Nossos urgentes e necessários enganos.
Não nos culpe:
somos ratos num labirinto sem saída;
temos o direito de brincar
um pouco,
antes do fim.
(Apêndice:)
O tempo escoa:
não quero me preocupar com
isso.
A chuva é tão bela quanto
o sol,
não vou me preocupar.
De fato,
estou mais perto de você
quando não lhe vejo.
Às vezes você é tão
normal,
tão normal,
assim absurda e doentiamente
normal.
Prefiro você em meus
sonhos.
Conservado em brisa
estática.
A salvo de si mesmo.
Suas pétalas brilhando.
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