Some do mapa agora.
Não viste, porventura, o aviso?
Não previste a avalanche?
O arrasamento moral
a tudo engole
e arrasta consigo os perdidos.
Nossos lares estão queimados;
talvez tenha sobrado algo de nossas
almas.
Os abutres já pousam em nossos ombros
– alimenta-os como às mimosas
pombinhas das praças.
Um dia teus louros cachos
jazerão em meu álbum de fetiches bisonhos.
Guardarei tuas cinzas para a hora do
pranto
e ninguém mais duvidará
de que já exististes e respirastes
– aspirastes?
O amor é a neve fina
que acaricia tua touca estilo Ivanhoé.
O paz é o verso livre que perfuma
e desvira do avesso tuas roupas
íntimas.
Clara visão, lúcida ordenação.
Mas quem somos quando fechamos os
olhos?
Por que nos deliciamos com o velho
espetáculo
da corrupção?
A tragédia urbana já nos marcou
com sua língua de fogo,
mas ainda podemos subir ao ponto mais
alto
das construções interrompidas
para louvar o arco-íris
e interceder pelo destino post-mortem
das obras ruídas, as tombadas
e assinaladas com o tombo desde a
concepção.
Não serão estas, justamente,
as que fornecerão a resposta
às nossas dúvidas corrosivas?
Sumo do mapa.
Os cânticos e as fragrâncias
ainda vivem sob a cúpula da esperança.
Vamos regar a mansa via,
vamos preservar para a posteridade
o hábito salutar da dança!
o hábito salutar da dança!
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