A madrugada inteira em meu quarto,
fingindo dormir, chorando em silêncio
e o som de uma distante liberdade mal aproveitada
e caricatural
onde você corrói sua vitalidade...
Eu tento dormir,
mas o som da música me põe a
perguntar:
por que estou aqui se não há em mim
culpa
pelos seus pecados?
Que bocas você estaria beijando?
Quais corpos estaria abraçando?
E que gênero de morte estaria
esperando por você?
A madrugada inteira a me perguntar
de que matéria sou feito
e com que propósito fui deixado aqui,
enquanto você sorri e balança os
braços
para a multidão suada que lhe estende
os braços
de amor e ódio tão triviais...
Massas humanas,
mesmo encobrindo seu ufanismo,
envolvem-lhe num pacto eterno
de cumplicidade provinciana.
Algo em mim...
Algo em mim quer dormir...
Algum mecanismo de defesa intenta me
poupar,
mas quero acreditar que o amor existe
em algum lugar além do sonho,
em algum lugar além da esperança,
– algum lugar além das quatro paredes.
Você balança como uma folha ao vento.
Posso até ver... quase tocar... ao
menos imaginar
(A VIDA INTEIRA EM MEU QUARTO).
(A VIDA INTEIRA EM MEU QUARTO).
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