quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Meus dias absurdos





Meus dias absurdos
cheiram como noites,
trevosas noites enlutadas de outono
em que os ecos da civilização,
outrora tão familiar,
simiescamente escarnecem
do símio nu e doente
que tolamente insiste
em bater na sua porta,
à espera de um certo ato de compreensão
tão longamente necessitado,
para tranquilo poder deitar a cabeça
no tosco travesseiro
da inconstância dos dias.








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