(O despertar das águas subterrâneas
sacode tronco e ramos.
O prenúncio do estrondo nebuloso
enche-nos os pulmões de adocicado
prazer.)
................................................
Þ
Sensores e sonares,
radares que vasculham o céu da cidade
em busca da esperança individualizada
denominada você.
Rádio, televisão, impressos em geral
e o clamor da multidão de crentes
ajoelhados
numa busca metafísica por você.
Girândolas multicores explodem de
paixão,
sinos badalam ensandecidos entre
bramidos
de virtualizada gozo a espera de um
concreto
desfrutar de inebriante imersão na
grande luz –
você!
O deleite integral que preenche o universo,
o êxtase místico que justifica
delírios
sensoriais e extrassensoriais de
devoção
à esta síntese de simples perfeição
entendida por você.
E você, ainda atado à auto-escravidão
de reconhecer o rosto no espelho
como seu único aspecto.
E pensar que, só por esta mera imagem,
poetas e cantores já anseiam e
deliram,
homens, mulheres e crianças se
atordoam
deliciosa e desesperadoramente
pelo anseio do mergulho!
Mas a alguém estão reservados o
privilégio
e a missão.
Eis aqui, pois, o Poeta da Presença,
na posse da chave e da tocha,
da coragem de enveredar pelos seus
túneis
para enfim encontrar,
lá onde os fúteis românticos jamais
procurariam,
envoltos pelo cegante torpor dos
tempos,
a amplidão luminosa e iluminante
do seu pleno ser!
do seu pleno ser!
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