Minha vista se despede da fogueira acobertada,
sem suspiros pelas cinzas que sobem
pelo ar.
Horizontes maculados de nebulosas
explosões
encobrem esperanças mal traçadas.
Olhando apenas para frente,
esboço o Novo Mundo emerso,
cintilando entre os ecos dos discursos
terríficos
dos governos já passados
dos meus mundos aviltados.
Bandeiras chamuscadas
se nos fazem de leito e cobertor.
Protegem-nos de formigas e escorpiões
e deixam-nos os cérebros livres
para funcionar e descansar
a favor da evolução intuitiva.
(Transitiva revolução.)
Agora herdeiro da solidão dos
gigantes,
passageiro e tripulante desta balsa
pioneira,
encaro a afeição e a cumplicidade tão
caras
a me amparar e por mim também
amparadas,
ainda no patético esforço de esquecer
(ou compreender)
a face meramente compassiva dos
prosélitos...
Mundos e crenças explodem ao meu
redor...
Cirandas de causas e concausas,
cáusticos acasos, ligeiros prazeres
sustentadores
dos herdeiros dos questionadores
derrubados e reerguidos
indiscriminadamente
por forças que ignoram de todo
o que eles significam...
Significarei,
onde quer que eu sangre!
Onde quer...
Que imenso fastio de repetir a lição
primeira
às pedras ambulantes,
às circundantes procissões de
espectros,
aos daltônicos do Espírito
de todos os Tempos!
Minha despedida então aqui ao mundo
que decai,
além da fissura sísmica de seu
conceito perdido,
além da vã compartimentalização
de todas as nossas mais caras
aspirações holísticas
– oníricas – onívoras –, multifárias
expressões
do Ser cosmificado eternamente livre!
Ode tonitruante – danças, frêmitos de
heroísmo
pelo pouco que pudemos sentir
do êxtase auto-prometido!...
Nosso produto, nosso engenho
convalescido, sentinela bravia de um digno hedonismo,
gosto metódico pelo requinte dos
sentidos – ânsia!
Nossa aliança, nossa pujança – uma criança
absorvendo os astros.
E, ainda assim...
A lágrima intraduzível do comandante
(errante)
por saber, tanto agora como sempre,
que jamais terá, por parte de
prosélito algum,
por maiores que sejam as fidelidades a
as compassividades,
ao longo dos campos e paliçadas
e caminhos estreitos ou largos,
verdejantes ou desérticos,
campanhas, manobras, retiradas
entre chuvas e revoadas mecanizadas,
atormentadas ou apaziguadas...
um lampejo que seja de real
compreensão
pelo doce fardo
de sua experiência silente.
(01/01/06)
de sua experiência silente.
(01/01/06)
Nenhum comentário:
Postar um comentário