terça-feira, 29 de agosto de 2017

Baleias-da-Groenlândia





Baleias-da-Groenlândia mal desconfiam
que a morte está entre os gelos.
A audácia daqueles que não temem o frio
nunca é cogitada pela inocência
ensimesmada.

Acima de tudo e todos, o sobrevoo.
Falcões-do-mar, aves de rapina,
visão do alto, alcance e amplitude.
Como poderia, em tal cenário,
o moderno santo safar-se
ou mesmo conhecer o maligno,
sem que trouxesse consigo a mancha do mal
justificando-lhe a sabedoria?

Então... somos nossa própria cria.
Um “nós” expresso neste “todo” orgânico,
fluindo e refluindo sobre suas ilusões,
entre conflitos e tensões.

Podemos antever os prados férteis do futuro...
As colheitas das novas ideias…
Mas estas jamais nos pertenceriam;
antes, prefeririam a morte lenta
a ter de pertencer aos seres auto-odiadores.

Quer os dias futuros nos leguem
soluções de concórdia ou de discórdia,
possam estes então, ante a mais aflitiva transmutação,
o serem em seus requintes – cogitados!
Que a sua fúria e a sua paz
estejam a muitos passos à frente
da mediocridade!
meu amado e aguardado
continuador.







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