(Agora que canto e planejo,
a nau muda de rota rumo à luz.)
Trago do mais inviolado recôndito da
alma
o soro antibélico imutável e
revolvente,
que se projeta num espasmo de força ascendente,
transmudada em sabor de vida constante.
O solo desta morada é móvel,
porém seguro, forte, definido.
Envolvo-me no morno momento auspicioso
e tua suprema ternura, recém
descoberta,
põe-me de olhos fechados
para saborear a sublime emanação do
Alto.
E eu julgava-te extinto...
Total é a abertura,
num lapso de tempo tudo é claro,
simples e complexo
como num perfeito casamento de
realidades.
Apenas me curvo à ciência dos eventos
que te envolvem e te trazem a meu lar.
Deixo-me dominar sem resistência ou
seriedade;
me esqueço, me abandono em teu carinho
sem raciocinar.
Me atiro de olhos fechados,
me abro para a dor dos amantes,
para a saudade dos distantes,
para o fome dos desejos,
para a sede dos prazeres,
para a força das esperanças,
para a resignação das dúvidas,
para a dúvida das certezas
e para minha própria fraqueza tão
terna...
Apenas me sinto vivo novamente,
e nada lamento por isso.
Encaro nos olhos,
mais uma vez,
este velho-novo,
conhecido-desconhecido sentimento.
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