Seguiu em frente apenas porque devia,
sem saber por que devia.
Em frente, mas sem saber exatamente
se seguia mesmo para frente
ou para trás.
Sem saber se era o mundo que rolava
abaixo de seus pés, ou ele é que
rolava
sobre o mundo.
As estrelas faziam linhas quando
circulavam,
e as constelações se desintegravam
de uma forma até previsível.
Como tudo isso fazia demasiadamente
sentido,
era assustador.
Não havia uma trilha sonora audível
para se definir se a emoção esperada
seria positiva ou negativa.
Ele era o único que podia escolher ou
decidir
o significado.
Nenhuma voz, nenhuma instrução.
Apenas o vazio necessário
para a passagem dos carros invisíveis.
Nenhuma existência:
apenas uma essência não definida
para ser expelida
por uma fenda do tempo não imaginada.
Mas ele era uma imaginação
em uma busca incansável
por um espelho adequado.
Adequado aos olhos daqueles raros
seres
que pudessem enxergar um mínimo
possível
da imagem expressiva.
Em algum lugar, os Seres Misteriosos
aguardavam por ele.
Ansiavam existencialmente
por ele.
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