Fornalhas de suplício pedagógico.
Atrocidades na clausura nunca
explicada.
Pelas ruas a lembrança do
constrangimento.
Nos olhos mais um poema abortado.
O céu condescendente contempla os vapores.
Paredes rachadas de condomínios
obtusos.
Os condôminos sulcados de tiranas
mágoas.
Carcomidos jornais empilhados.
As demais crianças com suas novas
brincadeiras
Não conseguem levar embora a sentença
E apartados jazem os complementares,
Obrigados a escolher seu melhor féretro.
Soubessem os altivos dos murmúrios
destes membros!
O peso de deixar-se fechar, o medo da
abertura rósea,
O pasmar da fortaleza inutilizada
Nas brumas e nos sóis do
esclarecimento civil!
Serás amigo das jovens feridas, caro
eu,
Tu assim perdido, pedregoso sobre as
ondas,
Fontes escassas de sentido e valor
Em meio ao novo velho ditado
Dos tempos engaiolados –
Vês o canto? Ouvirias teu espanto?
Frutificaria acaso tua derrota
admitida?
Calariam para sempre os impositores de
sensações?
Cada passo da criança que espera
Um mundo novo espera, e grata de fato,
E então o vazio dos olhos do
atormentador
Pinta e borda o colossal retorno ao
lar.
O lar dos ânimos reprimidos,
O altar dos impulsos arrefecidos
No silêncio compactuado
Cortado pelos comentários corrosivos.
Possa agora o céu comunicar a
mensagem,
Aquela famosa melodia aguardada por
uma vida,
A elevar os pés do chão apequenador
Para o alcance dos cimos da redenção!
Repousa o pequenino sobre um oceano de
dor,
Repasta o descendente um banquete de
rancor,
Com lágrimas, as amargamente
justificáveis
Pelas páginas dos relatos incompletos.
As ruas, malditas, jamais se comovem,
E ainda assim se movem na sola dos pés
Dos passantes, cabisbaixos, porque
baixos
Nestas plagas e confins de mundos...
Fez a prece de joelhos,
Agradeceu a revolta:
Agora é tempo de revelações
Resplandecentes à tua volta!
Tua boca e tuas sedes,
Teu tormento e tua sorte
Refilmados por minha lente
Nesta tarde de verdades!
E um dia se dirá:
“Foi-se um ingrato, ilegítimo irmão”
E os seres alados rejubilarão
Com o retorno de seu lume.
O perfume da perfeição –
Sente-o nas viradas da canção.
Chora os dias e as vidas idas.
Comemora o rumo desta partida.
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