Semelhança auditiva de um silvo de freada,
algo longo como
uma cauda de um cometa imemorial,
óculos
espatifados no asfalto cenográfico,
esmigalhadas
parafernálias
que tenho
obrigação de descrever:
especificações
do relatório.
Batida de
claquete
na completa
escuridão
e na horrível
solidão.
Vozes sem
língua.
Possíveis risos
extraterrenos.
(Corta!)
Aglomerados de
fiação e engrenagens.
O ar respirável
da presença invisível.
O código de luz
de slit-scan.
A bênção
obscura por detrás das cortinas.
Portinholas...
“– Não sei
sonhar agora.”
“– Você não tem
opção.”
Semelhança olfativa de cabelos
queimados.
Tubos acrílicos despontam
entre borrões-bolha vaporosos
de um tipo de gelo seco surgido
praticamente do além.
A planilha do meu relatório
imediatamente desaparecida.
Um efetivo extermínio
da última coragem.
Os sinais na distância,
incompreensíveis,
são claramente intencionais
e não deveriam ser para alguém na
minha função.
Nunca tive permissão para qualquer
protagonismo.
Eu jamais poderia ser o alvo
desta trama oculta (ou ocultista).
O treinamento das almas novas
é um açougue ferruginoso.
Poeira demais nas pás das hélices
para poderem ter sido os instrumentos
fatalmente cortantes
substituidores de claquetes.
Assim, emerge a verdade...
O epicentro do sonho
sou eu.
Sempre fui e serei,
eternamente.
eternamente.
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