Sondo a ambiguidade superficial do teu baixo-ventre
entre avisos pontuados pelos lampejos
de minha consciência subitamente
musicada.
Cada augúrio sussurrado por teus
tênues corpos etéreos
a me envolver a solidez autoafirmada
refaz os meus céus
anilados de mansuetude.
Construída finalmente,
a balsa bálsamo para longe de minhas estúpidas
aventuras
misantrópicas, nestes fins de mundo
utópicos
onde te carrego inerte como o mais
luzente troféu
para minhas noites e dias e instantes
de rarefeita iluminação.
Agora não podemos mais arcar
com as consequências do morticínio
que fora a vanglória de nossos
antepassados.
Não fugimos como nossos tolos heróis
de tão simplórios caracteres,
mais perdidos que vítimas;
não rimos apenas – indicamos os
infinitos;
já aprendemos a saborear
a sucessão espasmódica das cores reais
de nossas irradiações hipnoevolutoras,
nosso deus sedutor,
nosso barco desbravador de horizontes
sobre o dourado oceano
das certezas sentidas.
“– Vive ao meu lado!”
– A voz da profecia já cumprida.
“– Vivo-te, amado,
simplesmente, adornado internamente
pelos teus feitos belissimamente
inacabados.”
É a palavra que me toma, embriaga,
salteadora de honrada ocupação...
Mostras-me então a bússola condutora,
docemente caída das alturas
sobre nossos cabelos, já crescidos e
irrequietamente amadurecidos.
Eis aqui a concórdia
aguardada,
sem moinhos gigantes, sem tormentos
arfantes
e rimas – desmedidas.
Deixa-as entregues ao léu;
seduzes assim o céu com tua voz
edênica.
Cabem mais palavras
agora que já abarcamos o Absoluto?
Cabe, isto sim, nosso sopro
modernizador
de lares e ambientes corrompidos,
nossos firmes ou flexíveis estatutos
para nossa filha “civilização”
pensada.
Mas... eis que o fim se aproxima,
mais uma vez, sem maiores alardes...
Nossas mãos unidas,
as mãos de um nas do outro,
como em prece...
O retorno eterno de tantas e tantas
surreais
estradas, leitos,
mares e estreitos...
Percorremos a eterna fuga,
a infinita ebriedade
das conquistas mais íntimas...
O sentido vivo, meu amigo, o senso
perdido
encara o abrigo volátil súbito-amansar
mútuo.
Densos – nós – agora na realeza do relato
epistolar
saboreado por línguas mais singelas.
Esperamos pelo sol.
Fazemos questão de com ele despertar
as emoções inerentes ao confisco
ocidental.
Orientes e Ocidentes piscam e pululam
de excitação
ao nosso cantar dinâmico, multifocal
por entre os esguios monumentos
simbólicos
do Novo País.
............................
Outro extrato pensativo pairando aqui:
urgência de seguir.
Hora de partir.
Missão cumprida por hoje,
o eterno hoje mítico, eternidades
estabelecidas ciclicamente
pelos novos navegadores da beleza
sondável...
Sondo-te, navego-te, mergulho em tuas
praias vitalizantes,
santa imagem amante, santa proximidade
distante,
amigo necessário,
necessidade hexagonal de meu coração
verbal.
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