quinta-feira, 22 de março de 2018

Esquecidos foram os vinhedos...






Esquecidos foram os vinhedos...
Esquecidos foram os arvoredos...
Esquecida foi a noção
do toque da chuva como carícia e benção.
Ocultada por um fuliginoso manto
a óbvia ligação
entre todas as criaturas
e criadores
e criações.

Esquecidos foram os vinhedos...
Esquecidos foram os arvoredos...
Esquecidas as teclas da livre metamorfose humana.
Podíamos voar,
podíamos nadar em vivos mares
e beijar o infinito
com toda intimidade e naturalidade,
sem um definido tempo de término
ou cronometrias
para toda desenvoltura de nossos carnavais
sem avenidas.

Esquecidos foram os vinhedos...
Esquecidos foram os arvoredos...
Ainda assim,
ainda assim podemos algo ingerir e algo expelir
das entranhas luminosas
da parte imortal de nossos corpos.

Um nascimento de estrelas.
Amplo sopro de espórulos
geradores de deuses,
de astronautas e de artistas
para maior colorização dos cenários
dos nossos enlaces de amor.

Esquecidos foram os vinhedos...
Esquecidos foram os arvoredos...
(Repete para sempre)








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