Sobre a grama havia uma bolinha,
lisinha que só vendo, tremulando ao
vento.
A mãozinha do gnominho arregalado
alcançava após dois saltos o pequeno
chamariz.
Precisava realmente daquilo,
sabia-o no âmago de sua sábia alma,
sabia dos mundos o volvente motor
e das eras o insistente condutor.
Eis que então, do muro, o
alegrinho,
o loirinho, seu vizinho,
verde duendezinho intrigante,
ostenta por um instante o artefato
singular
intitulado Alheio Encantamento Distante.
Uma boca pende, dois olhos brilham,
um jato mental invisível preenche a
distância
e se encurta inexoravelmente.
E tem início a cena de cor e furor;
o universo pulula e estremece
desde sempre e para sempre...
e em breve o Encantamento
jaz ignorado e quebrado
contra as pedras ásperas.
Duas pequenas criaturas
ainda em busca de um criador,
ainda em busca de um outro furor,
ainda caindo e levantado e sacudindo o
pó
do absoluto decomposto.
Não isolado momento.
Motores e condutores
novamente ignorados e abandonados.
O abandono de si mesmo
como triste final
de um conto alegremente iniciado.
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