terça-feira, 27 de março de 2018

Concreto amor*





De constante não posso ter-te ao meu lado;
Atenho-me, assim, ao fruir da memória,
Fazendo de cada momento uma história
Do sonho e do real jamais separados.

Tocar-te, assim como ao sol a se pôr,
Bem sei ser impossível concretamente,
Mas nada que com todo empenho não tente
Afirmar o anseio de um sonhador.

Insípido o intenso afeto a alguém,
Ante à grandiosidade do universo,
Alguém até poderia em erro julgar.

Porém, não sou este; sou simples pulsar
Na estrelada ilusão em que estou imerso,
Pois sei que ao meu redor tu estás também.





* Compus este soneto aos dezesseis anos (em 1992). Estava apaixonado por alguém da minha sala de aula – e, para variar, era um amor do tipo dito “impossível”. Uma poesia um tanto inocente... Mas é exata a transcrição do típico platonismo.








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